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Artigo adicionado em 02/03/2003, às 10:53

JÁ NÃO SE FAZEM MAIS FILMES DE TERROR COMO ANTIGAMENTE…
Cansei de assistir coisas como ‘Eu Já sei o Que Vocês Fizeram-Blá-Blá-Blá’ Embora nunca tenha tido muita vocação para Don Juan, não posso deixar de admitir que sou um ‘romântico incurável’, do tipo que ainda manda flores (parafraseando o grande Robertão). Mas também sou um cinéfilo incurável. E quando minhas namoradas queriam me convencer a […]

Por
Tutu Figurinhas


Embora nunca tenha tido muita vocação para Don Juan, não posso deixar de admitir que sou um ‘romântico incurável’, do tipo que ainda manda flores (parafraseando o grande Robertão). Mas também sou um cinéfilo incurável. E quando minhas namoradas queriam me convencer a ir ver um romance água-com-açúcar daqueles que só Hollywood consegue fazer, eu sempre optava pelo bom e velho filme de terror. Anti-romântico, você diria? Nada disso: é a melhor forma de fazer a sua companheira ficar agarradinha em você, morta de medo dos monstrengos que desfilam na telona e saltando no seu colo a cada grito de horror da protagonista assustada. Quer algo mais legal para aproximar duas pessoas? 🙂 E foi assim que me tornei fã das películas apavorantes que dominaram nossos cinemas durante muito tempo.

Isso mesmo. ‘Dominaram’, conjugado no passado. Afinal, o gênero terror nunca foi tão mal-tratado como nos dias de hoje. Você se lembra do último filme realmente assustador que assistiu? Complicado, né? Tudo que nós vemos ultimamente são verdadeiras paródias estreladas pelos grandes astros do universo adolescente americano, com um susto bobinho aqui e outro gritinho perdido ali. Como diria o El Cid: os sustos que eu dava na minha empregada eram muito maiores e divertidos. No geral, os filmes de terror dos anos 90 não passam de patéticas tentativas de vender merchandising para aquelas teenagers histéricas que gostam da Britney Spears e se apaixonam pelas tramas de Dawson’s Creek. Blergh.

Ou você vai me dizer que Pânico é um bom filme de terror? Pára com isso! O primeiro filme da série é muito bom, mas não é um filme de terror. É, no máximo, um ‘suspense-pré-fabricado-para-a-geração-Pepsi’, eu diria. Não tiro o mérito do diretor Wes Craven pela excelente homenagem que ele fez aos clássicos de terror do passado. E é só isso: uma homenagem. Em alguns momentos, posso até considerá-lo uma sátira aos clichês do gênero. Mas não passa disso. E quanto ao abominável Eu Sei o Que Vocês Fizeram no Verão Passado? Tudo previsível, tudo sem graça, tudo sem o mínimo carisma ou brilho. Exatamente como Premonição, e tantas obras completamente idiotas. Um exemplo mais recente é o terrível Navio Fantasma, com o genial Gabriel Byrne se sujeitando a um papel que pode ser chamado de humilhante. Simplesmente terrível.

Um bom filme de terror é aquele que MEXE com você de verdade. Que fica guardado na sua cabeça durante semanas, e não só durante os cinco minutos que durarem os efeitos daquele susto… O Iluminado, do mestre Stanley Kubrick, é um ótimo exemplo. Sem usar efeitos especiais ou monstros babões cheis de garras e dentes, ele cria um clima de terror totalmente psicológico, envolvendo você de verdade com a trilha sonora e a atuação brilhante de Jack Nicholson. Depois de assistir a este filme, cheguei a ficar uma semana sem dormir direito, olhando desconfiado para os quatro cantos quando tinha que ficar sozinho no meu quarto. O mesmo vale para o Bebê de Rosemary, o clássico de Roman Polanski, para o primeiro Poltergeist (que até hoje eu tenho medo de ver sozinho) e para O Exorcista, esteja ele na versão do diretor ou não.

Tá bom, você gosta de ver filmes de terror com muito sangue? Pombas, então assista àqueles que derramam litros e litros com muita classe. Veja os clássicos do mestre José Mojica, o Zé do Caixão. Ou então os clássicos de monstros dos anos 80! A Hora do Pesadelo (com o psicótico Freddy Krueger), Sexta-Feira 13 (com o maníaco Jason Vorhees), Brinquedo Assassino (com o infame Chucky), Halloween (com o sinistro Michael Myers) e O Massacre da Serra Elétrica (com o implacável Leatherface) são ótimos exemplos do mais puro derramamento de sangue em grande estilo. Aliás… todos estes grandes filmes com personagens maravilhosos sofrem da terrível ‘maldição das sequências’: os primeiros são sempre excelentes, mas as continuações… Porra, conforme o tempo vai passando, parece que os filmes vão ficando piores??? Vejam só Halloween H20, A Noiva de Chucky e o debilóide Jason X para ver se eu não tenho razão…

Quer uma dica? Se você curte monstros de verdade, prefira o lobisomem do Lon Cheney, o Frankestein do Boris Karloff e o Drácula do Christopher Lee. Você não vai se arrepender…

Mea culpa

Sou obrigado a admitir que O Chamado é o tipo de filme que eu estava esperando voltar às telas há muito tempo. Apavorante sem ser pedante, sem recorrer a clichês. Tudo bem, eu ainda acho que ele é bem menos apavorante do que fazem crer os trailers. A sequência inicial e a sequência final são ambas de arrepiar todos os cabelos do braço. Mas o decorrer da história no meio do filme é mais tenso e menos surpreendente. Eu esperava mais. Não que o filme seja ruim, mas ainda está precisando comer um pouco de feijão com arroz para assustar como um Kubrick. Agora, cá entre nós, que é um filme muitíssimo superior a todos da geração Freddie Prinze Jr. (campeão absoluto das ‘comédias românticas adolescentes babacas’ e dos ‘filmes de terror adolescentes e igualmente babacas’), isso não tenha dúvida. Já dá pra ter uma boa idéia de como se toma um susto de verdade…

* Este texto foi escrito ao som de Louder Than Hell, clássico absoluto do Manowar


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