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Artigo adicionado em 02/02/2003, às 07:16

RPG, piratas e como uma expectativa correta pode ser compensadora
Ou: o que pode acontecer quando os jogadores e mestres amadurecem… Não vou explicar o que é RPG (mais da metade dos meus amigos sabe bem do que se trata, e os que não sabem podem trocar uma idéia comigo por e-mail ou pessoalmente), no entanto vou falar um pouco sobre esse incompreendido, o RPG. […]

Por
Os Master


Não vou explicar o que é RPG (mais da metade dos meus amigos sabe bem do que se trata, e os que não sabem podem trocar uma idéia comigo por e-mail ou pessoalmente), no entanto vou falar um pouco sobre esse incompreendido, o RPG.

Para esfiar a cabeça depois de um mau dia numa sexta feira (5 horas de trabalho, 2 horas de trânsito, chuva e ruas erradas e 3 horas de trabalho de faculdade), nada melhor que uma noitada de RPG. Marcamos prás 18:00, remarcamos prás 21:00, chegamos às 22:00, assistimos um pedaço do Independence Day só prá falar mal, assistimos Os Normais e começamos lá pela meia noite.

O mestre? Um tal de Leonardo. Os jogadores? Eu, Heloísa, Magoo, Alfredo, Kumm (ausente) e Fábio (também ausente). O jogo? 7th Sea! Para quem nunca ouviu falar, esse é um jogo da AEG (a mesma editora do Legends of the 5 Rings) e tem sua temática centrada num clima cinematográfico de capa e espada, tipo ‘Os Três Mosqueteiros’, o ‘Conde de Monte Cristo’ e todos os filmes de pirata que você já viu num saco, com um cenário fantástico baseado na Europa pós-renascentista (eu acho).

Encurtando uma longa sessão (que foi a etapa final de uma aventura grande e terminou com o dia clareando), participamos de escaramuças em uma cidade sitiada, negociamos com chefes de um exército inimigo uma participação nos lucros de uma mina recém descoberta, nos deparamos (pela segunda vez) com uma criatura que pareçe ser sobrenatural, recebemos títulos nobres e muito dinheiro pela nossa participação decisiva na defesa da cidade e restauramos temporariamente o balanço de poder em um país sufocado pela guerra civil. Demos muita risada, tomamos alguns sustos, nos empolgamos com algumas situações de perigo e fomos embora satisfeitos.

Aonde entra a expectativa nisso tudo?

Bem, eu posso estar enganado, mas acho que notei nos últimos anos um desinteresse generelizado em muitos dos meus amigos com relação ao RPG. Na minha pobre e distante avaliação, isso teve muito a ver com as expectativas estabelecidas para o RPG a partir de um suposto “amadurecimento” dos jogadores e mestres. Se a perspectiva não tivesse mudado tão drasticamente, não teríamos colocado exigências tão altas no nível de envolvimento do RPG.

Hoje lemos bons livros, mas também lemos alguns livros ruins e revistas em quadrinhos densas ou às vezes mediocres. No cinema, assistimos e valorizamos os filmes de boa qualidade, mas também damos risada com comédias bobas e assistimos os “filmes de porrada” prá apreciar a coreografia. Nas conversas, falamos de política, economia, religião, direito, justiça e sociedade, mas também falamos de micos alheios, baladas, sanduíches gostosos e piadas sem graça. Quando jogamos jogos de tabuleiro, muitos gostam de algo mais pesado, puxado para o lado dos wargames, outros preferem a elegância da estratégia abstrata, mas quase todo mundo se diverte com um jogo rápido e engraçado, ou até mesmo com uma relíquia como um “Cai não cai”.

Com isso quero dizer que não acho que deveríamos ter estipulado que determinado sistema de RPG é “muito irreal” ou que em outro “as pessoas não entram no clima correto”. Dessa maneira acabamos impondo barreiras para o nosso divertimento. Não quero dizer com isso que o jogo do Leonardo é um jogo “lame”. Muito pelo contrário! É o jogo em que mais me divirto (em todos os sentidos) em muito tempo, e esse é o ponto. Eu decidi jogar RPG para me divertir. O tempo que se dispende prá jogar RPG já é uma outra conversa…

Gostaria de saber porque as pessoas estabelecem uma expectativa tão alta para algo tão rico e tão difícil de se colocar em prática, e expectativas não tão altas para coisas que todos teriam condições de selecionar melhor e não “ficar sem”.

Agora vou colocar meu colete à prova de balas


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