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Artigo adicionado em 21/02/2003, às 12:58

Crítica: DEUS É BRASILEIRO
Caraca, vai ser ruim assim nos quintos dos infernos! Lembram que, na semana passada, eu comentei que pretendia ver Deus é Brasileiro, novo filme do famoso cineasta Cacá Diegues, mas acabei vendo O Chamado, o filme de terror que realmente mete medo. Um fã d´A Arca até me enviou um email, perguntando se eu tinha […]

Por
Paulo "Fanboy" Martini


Lembram que, na semana passada, eu comentei que pretendia ver Deus é Brasileiro, novo filme do famoso cineasta Cacá Diegues, mas acabei vendo O Chamado, o filme de terror que realmente mete medo. Um fã d´A Arca até me enviou um email, perguntando se eu tinha algo contra os filmes nacionais e tal, notando a falta de críticas ao cinema nacional.

Muito longe disso. Como eu expliquei para ele, são diversos fatores que influenciam a falta de críticas a filmes nacionais n´A Arca até agora. Entre eles, a falta de divulgação de cabines (para aqueles que não sabem, são sessões especiais para críticos e imprensa em geral) como acontece com os filmes mais blockbusters, o menor número de salas de exibição e, em muitos dos casos, a falta de dinheiro no bolso, afinal, como todos que visitam A Arca já sabem, não somos nenhuma empresa grande, apenas um bando de nerds tentando viver daquilo que gostam. E se o filme é lançado no final do mês, amigo, já era. ^_^ E escolhas precisam ser feitas.

Então, finalmente, consegui ir assistir à Deus é Brasileiro. Um filme que vêm impressionando, estando já a duas semanas no topo dos mais vistos aqui no Brasil. Teve uma grande bilheteria de estréia, e continua mantendo um bom número de pagantes. Bom, quando eu fui ver o filme na quarta-feira, em pleno Cinemark (AAAH!! 9 REAIS!!! FACADA!!!), a sala ficou lotada. A Columbia, que está distribuindo o filme no Brasil está radiante com os números.

A questão é: com esse xabú todo, o filme é bom?

Na verdade, não é, não. É ruim. De doer.

Muitos já devem estar pensando: “Pronto, o Fanboy já vai descer o cacete só porquê é filme nacional”. Se você pensou assim, pode parar, porque o inverso também é errado: pensar que todo filme nacional é bom. Filme, hoje em dia, é filme. E vou mostrar porquê achei esta película ruim, depois você pode assistir e tirar suas conclusões.

O filme apresenta problemas justamente em sua base: o roteiro. E veja bem, não estou discutindo a idéia: baseado no conto O Santo que Não Acreditava em Deus, do escritor João Ubaldo Ribeiro, a idéia de Deus vir à Terra para procurar um santo que possa tomar seu lugar enquanto o Criador tira umas merecidas férias é espetacular! E, ao mesmo tempo, uma armadilha. Como não li a obra original, não posso me aprofundar muito no caso mas, já que João Ubaldo também trabalhou na adaptação para os cinemas, é de se estranhar como o filme apresenta diversos problemas de timing, edição, desenvolvimento de personagem e diálogos.

O que deveria parecer uma grande busca pelo tal santo, percorrendo diversas partes do nordeste do Brasil, parece que é feito em questão de horas. As sequência do filme parecem que não se unem umas às outras, que foi feita uma montagem meio tosca, uma colagem de um filme que era, na verdade, muito maior, e que seria necessário diminuir o tempo de exibição. No geral, ele não flui suavemente. Com isso, o filme parece que dá uma freada brusca a cada troca de sequência.

Tendo um problema tão grande de roteiro, claro que os personagens seriam afetados com isso. Antes de ver o filme, já tinha ouvido diversas pessoas falarem sobre o ator Wagner Moura, que interpreta Taoca, uma espécia de guia de viagem assim que Deus vêm à Terra. Ouvi que o ator estava espetacular, que seu personagem dava um banho, com trejeitos e piadas muito boas. Realmente, é verdade. Moura dá um show de interpretação, e os melhores diálogos do filme são de seu personagem. Mas nada disso explica como ele sai numa expedição, com um cara que ele nunca viu na vida (e que ainda diz ser Deus!) sem avisar seu pai, com o qual esteve a vida inteira e que até é apresentado no começo da história (uma participação especial de Castrinho).

Madá, interpretada por Paloma Duarte, tanto faz quanto tanto fez. Ela não tem função nenhuma na história: tire ela do filme, e nada muda. E o pior é que eu soube que a personagem existe no conto original de João Ubaldo. E Deus, interpretado por Antonio Fagundes… vou te falar, ô bicho chato do cacete! E sem muito sentido, prá te dizer a verdade. É complicado tentar sequer entender os atos de Deus, e não me venham com aquela conversa religiosa de “você não consegue entender Deus” e pataquadas do gênero. A questão é que o personagem de Fagundes é tão enjoado, suas reações ao que acontece ao redor é tão sem sentido, seus atos contradizem tanto o que ele prega que ele deixa de ser carismático para se tornar um pé no saco. Não dá prá gostar muito de Deus nesse filme, na boa.

O resto é apenas belas imagens do sertão e uma aventura que não tem nada de grandiosa, e sim maçante. Na boa, querem filme nacional de qualidade? Aluguem A Partilha.


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