A ARCA - A arte em ser do contra!
 
Menu du jour! Tutu Figurinhas: o nerd mais bonito e inteligente dessas paragens destila seu veneno! GIBI: Histórias em Quadrinhos, Graphics Novels... é, aquelas revistinhas da Mônica, isso mesmo! PIPOCA: Cinema na veia! De Hollywood a Festival de Berlim, com uma parada em Nova Jérsei! RPG: os jogos de interpretação que, na boa, não matam ninguém! ACETATO: Desenhos animados, computação gráfica... É Disney, Miyazaki e muito mais! SOFÁ: É da telinha que eu estou falando! Séries de TV, documentários... e Roberto Marinho não está morto, viu? CARTUCHO: Videogames e jogos de computador e fliperamas e mini-games e... TRECOS: Brinquedos colecionáveis e toda tranqueira relacionada! Tem até chiclete aqui! RADIOLA: música para estapear os tímpanos! Mais informações sobre aqueles que fazem A Arca Dê aquela força para nós d´A Arca ajudando a divulgar o site!
Artigo adicionado em 12/11/2002, às 10:44

BLIND GUARDIAN: OS BARDOS DO METAL APORTAM POR AQUI NOVAMENTE!
Na turnê de lançamento do disco “A Night At The Opera”, é óbvio que o grupo não esqueceria o Brasil Cartaz do show em Sampa Tudo bem, os caras não receberam quase porra nenhuma dos seus cachês em 98, quando vieram ao Brasil para os shows de "Nightfall in Middle-Earth", álbum temático que conta a […]

Por
Thiago "El Cid" Cardim

Falta de grana é uma merda mesmo...

Cartaz do show em Sampa

Tudo bem, os caras não receberam quase porra nenhuma dos seus cachês em 98, quando vieram ao Brasil para os shows de "Nightfall in Middle-Earth", álbum temático que conta a história de "O Silmarilion", o chamado prólogo de "O Senhor dos Anéis". Mesmo assim, eles não puderam ignorar os clamores da massa de headbangers tupiniquins, que imploraram a sua volta para os nossos palcos. Agora, quatro anos depois, os músicos alemães do Blind Guardian, uma das mais respeitadas bandas de heavy metal do mundo, voltam ao Brasil para a turnê de lançamento do aguardado álbum "A Night At The Opera".

"Estamos muito felizes por voltar ao Brasil", anunciou o vocalista Hansi Kursch, durante entrevista coletiva no Via Funchal (em São Paulo) horas antes do show de Brasília, marcado para o dia 09 de agosto (e que mais tarde seria adiado para o dia 17). Acompanhado dos guitarristas Marcus Siepen e André Olbrich, ele já chegou anunciando uma triste notícia: o baterista Thomas Stauch não participaria da série brasileira de show. Pouco menos de uma semana antes do embarque, ele sofreu uma luxação e estava com o braço engessado, fazendo fisioterapia para cuidar do nervo lesionado. "Ele ficou muito triste com a notícia de que não viria ao seu país", relatou Hansi.

No entanto, os shows não foram adiados: para segurar as baquetas e manter a porradaria na cozinha da banda, foi convocado Alex Holzwarth, baterista do grupo italiano Rhapsody. Holzwarth, embora toque com companheiros italianos, é alemão…assim como a galera do Blind. "Ainda não tivemos tempo de ensaiar. É a primeira vez que trocamos a formação original desde 1985. Mesmo assim, estamos confiantes", disse Hansi – por sinal, o único dos três que realmente falou durante a coletiva. Bem-humorado e atencioso, Hansi explicou que o set-list será realmente diferente de tudo que já rolou na turnê européia. "Vamos dar preferência para músicas com as quais o Alex se sinta confortável. Sinceramente, não sei direito o que deve acontecer". Ele lamenta que os show brasileiros não tenham, como é de costume para a banda, uma média de 2 horas de duração. Uma das músicas que ficou de fora, por exemplo, foi o single "And Then There Was Silence", que, segundo eles, é uma música muito complexa, impossível de ser ensaiada em apenas alguns dias.

Ele é o mais legal de todos, master mesmo

Hansi Kursch

:: O NOVO ÁLBUM: O QUE MUDOU?

Além da literatura de fantasia, "A Night At The Opera" agregou uma série de outros elementos ao som e à composição do Blind Guardian. "Fomos beber também na vida real e nos grandes filósofos, como Nietzche, por exemplo". A escolha de "And Then There Was Silence" como single não foi ao acaso. Para os músicos do Blind, a canção de quase 14 minutos representa toda a evolução musical da banda. "Em apenas uma faixa, conseguimos dizer tudo que tentamos dizer em todo o disco ‘Nightfall in Middle-Earth’. Sem sombra de dúvida, este single representa o auge da banda", afirmou Hansi, sem deixar de completar: "Este é nosso auge até então. Queremos melhorar cada vez mais no futuro".

No entanto, o tamanho da faixa nunca os incomodou. E muito menos à gravadora. "Não se trata de um suicídio comercial, simplesmente porque nunca fomos uma banda comercial. Nosso público entendeu a proposta, acredite".

Quando um dos entrevistadores disse que, em "A Night At The Opera" sua voz estava com a mesma pegada, mas muito mais cristalina e ao mesmo tempo cheia de poder e emoção, Hansi ficou vermelho. "Obrigado", disse, meio tímido. Seria a influência da ópera, que ele estudou para se aprofundar no tema do disco? "Não sei, na verdade. A minha voz pode parecer diferente, mas a linha é a mesma. Tão visceral quanto antes. Não é uma revolução e sim uma evolução, o que é perfeitamente natural".

Olha só quanta água

Marcus e André

Quanto ao título do disco, eles explicam que muitos fãs reclamaram da escolha, já que se trata do mesmo nome de um clássico álbum do Queen, batizado em homenagem aos irmãos Marx e que traz as faixas "Love of My Life" e "Bohemian Rhapsody", entre outros sucessos. "Este não ia ser o título do disco. Mas chegamos a ele assim que demos de cara com a arte de capa", conta. Fãs declarados do Queen, eles dizem que não se trata de sacrilégio ou mesmo plágio, e sim de uma rasgada homenagem. Para quem não se lembra, o Blind Guardian chegou a fazer um cover de "Spread Your Wings", do Queen, no álbum "Somewehere Far Beyond".

:: DISCOS, FESTIVAIS: OS PLANOS PARA O FUTURO

Inspirado pela formato da Ozzfest, festival de bandas comandado pelo veterano roqueiro Ozzy Osbourne, o Blind Guardian cuida dos últimos detalhes da organização do Blind Guardian Festival, reunião de bandas que vai excursionar pela Europa. "Ainda não sabemos qual vai ser o critério exato para a escolha dos grupos que vão nos acompanhar, mas tudo que pedimos é um som original e criativo e que os caras sejam legais. Provavelmente teremos mais grupos com inspiração medieval, como nós".

O projeto do álbum ao vivo é totalmente verdadeiro. Nesta turnê por todo o mundo, eles vão gravar os principais shows para usar algumas faixas na composição do disco. E, conhecendo o potencial do público brasileiro, eles garantem: pelo menos uma faixa da apresentação de São Paulo deve constar da listagem de músicas. "Mas é óbvio que ainda não sabemos qual será".

Para desapontamento geral dos fanáticos, um disco experimental nos moldes de "Forgotten Tales", que traz covers inusitados (como "Surfin’ in USA", dos Beach Boys) e novas versões de antigos clássicos da banda, só está nos planos do Blind Guardian para daqui a pelo menos cinco anos. "Nós temos pensado nisso. Mas, antes de começar a planejar um projeto como este, pretendemos cuidar do álbum ao vivo e, depois, do outro álbum de estúdio do grupo". Ahhhhhhhhhhh… 🙁

Imparcial de cú é rola

Marcus cercado pelos fãs-jornalistas

:: O SENHOR DOS ANÉIS: INEVITÁVEL PERGUNTA

E, como não poderia deixar de ser, a obra máxima do escritor J.R.R.Tolkien, um dos principais influenciadores do som e da temática musical do Blind Guardian, não poderia ficar de fora. "É óbvio que a influência de Tolkien também permeia este trabalho, mas evitamos as referências diretas para nos proteger de acusações sobre pegar carona em todo o barulho que vinha se fazendo em cima do filme", explicou o vocalista.

E, sim: todos eles finalmente conseguiram assistir a tão falada adaptação cinematográfica do diretor Peter Jackson. "É maravilhoso, exuberante, espetacular. Sem sombra de dúvidas é, ao lado de Star Wars, o melhor filme de todos os tempos", derreteu-se Hansi em elogios. O sisudo André aproveitou e fez um de seus poucos comentários durante a tarde: "Eu já comprei o DVD para que possa ver o filme muitas e muitas vezes".

Os jornalistas presentes, muitos assumindo descaradamente o papel de fãs (como este que vos escreve, por exemplo), não se contiham ao tentar descobrir porque diabos as faixas que a banda compôs especialmente para o filme e chegou mesmo a enviar para o diretor não fizeram parte de sua trilha-sonora. "Hollywood é um mundo complicado. É difícil se envolver com diretores, produtores e tudo mais. Eles dão muito mais valor aos nomes de maior destaque, aos músicos mais conhecidos do grande público", explicou Hansi, justificando a escolha do compositor Howard Shore e da cantora Enya. Mas ele faz uma ressalva: a trilha sonora final acabou ficando muito boa…mas não é nada excepcional. "Fiquei surpreso ao saber que a música ganhou tantos prêmios", finalizou.


Quem Somos | Ajude a Divulgar A ARCA!
A ARCA © 2001 - 2007 | 2014 - 2025