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Artigo adicionado em 16/10/2002, às 03:54

SONIK – MUTANTES
Uma palavra: TOSCO! A embalagem do Mutante "Sonik" clique para ver maior A Glasslite lançou oficialmente, na ABRIN 2002, os bonecos Mutantes. Na verdade, é um relançamento. Quem lembra, a uns belos 15 anos atrás, mais ou menos, quando a mesma Glasslite lançou essa série de bonecos para concorrer com Transformers? Os fãs mais loucos […]

Por
Paulo "Fanboy" Martini

Caixinha fuleira...

A embalagem do Mutante "Sonik"
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A Glasslite lançou oficialmente, na ABRIN 2002, os bonecos Mutantes. Na verdade, é um relançamento. Quem lembra, a uns belos 15 anos atrás, mais ou menos, quando a mesma Glasslite lançou essa série de bonecos para concorrer com Transformers? Os fãs mais loucos sabem que esses tais Mutantes nada mais são que os Gobots, série de desenhos animados que também apresentavam robôs que se transformavam em veículos. Fabricado pela americana Tonka, que foi comprada pela Hasbro (dona de Transformers) assim que a febre dos robôs sumiu dos EUA lá pelo fim dos anos 80, os Gobots apresentavam design toscos, personagens fraquíssimos e história pior ainda; isso sem falar na animação horrenda da Hanna-Barbera. E a pior coisa que poderiam ter feito aqui no Brasil foi ter a série de TV Gobots (estranhamente transmitida pela mesma emissora dos Transformers, a Globo) e os robôs… Mutantes?

Bom, a Glasslite trouxe os concorrentes de TF de volta para pegar carona no lançamento de Transformers: A Nova Geração. Só que há um sério problema aqui… e vou explicar.

:: Embalagem
Bom, se a idéia é apenas aproveitar os consumidores desavisados (principalmente os pais, que não têm direito de saber), que chegam na loja de brinquedos e querem os tais “robôs que viram carrinhos”, sem dúvida vão sacar os desenhos dos robôs na embalagem e, com o preço deles lá embaixo – os Mutantes custam apenas R$ 10 reais em média, enquanto os Transformers, da Estrela, baseado nas últimas importações de Beast Wars e Beast Machines, não saem por menos de R$30,00 – com certeza terão uma ótima saída.

É ele mesmo, o Leader 1!

Sonik em modo robô
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Tirando esse fator, deixo claro que a qualidade da embalagem é horripilante. Papel cartão do pior nível (ele, em condições normais, já fica todo ondulado), desenhos horríveis dos robôs, isso sem falar na parte de trás, com impressão em preto e branco, parecendo um jornal! O plástico que cobre os robôs também são fraquíssimos, muito leves. Qualquer dedada ali já esmaga o plástico, podendo danificar o brinquedo.

:: O Brinquedo
Outra coisa feita nas coxas. E aqui terei que abrir uma comparação com os antigos Gobots, os mesmos mutantes que a Glasslite trouxe há alguns anos. Nos anos 80, era muito comum algumas figuras de ação, principalmente Transformers e Gobots, serem Die-cast, isto é, feitos em grande parte de metal, e não plástico. Isso, é claro, sempre elevou muito o preço dos brinquedos. Com os anos, os brinquedos que continham partes de metal acabaram virando parte do passado, e hoje valem muito no mercado de colecionadores.

Porquê eu disse tudo isso? Calma, estou chegando lá. Com isso, todas as figuras de ação hoje em dia são fabricadas com plástico (PVC, em sua maioria). Entendam que esse detalhe não diminui a qualidade dos brinquedos; qualquer coisa, é só olhar para os bonecos de Beast Wars e Beast Machines, e até mesmos os novos de Transformers: A Nova Geração, que estão para chegar. Nada que um cuidado com a escultura do brinquedo e a fabricação de suas peças não possa fazer.

Anos 80: tempos bons que não voltam mais...

Sonik em modo veículo – no caso, um jato
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Com isso dito, volto aos Mutantes: a qualidade dos brinquedos é péssima. Os robôs foram feitos em um plástico muito ruim mesmo, parece brinquedo de loja de R$ 1,99. Os cortes deixam escapar diversas sobras de plástico: ficam aquelas protuberâncias que podem até cortar. E, claro, elas ficam sempre em um lugar importante do brinquedo, como no pé do toy Sonik (nos Gobots, esse personagem era conhecido como Líder Um, ou Leader One), que foi o meu escolhido para fazer essa análise.

Outro ponto que não posso deixar de comentar está relacionado à mudança de cor dos robôs: como não são mais os robôs antigos, os novos Mutantes possuem cores diferentes de suas antigas formas. Os americanos, que têm um mercado forte – principalmente a base de fãs – chama isso de repaint. Isso, em si, não altera a qualidade do boneco, mas o descaracteriza um pouco. Isso sem falar que soa como uma tentativa de passar para a frente o mesmo boneco "disfarçado" como se fosse um novo, em alguns casos.

:: Poseabilidade
No caso do Sonik, além de sofrer do problema das sobras de plástico nas bases das pernas, como eu disse aí em cima, as pernas se tornam “cansadas” depois de algumas brincadeiras. Como o robô fica em pé apoiado em pernas que precisam ser esticadas, não há um sistema bom que realmente “trave” o suporte, fazendo com que o robô pareça ser anão. Para entender melhor o que quero dizer, veja a fig. ao lado. Isso já acontecia com alguns robôs Mutantes antigos, principalmente com o Turbo, um carro Porsche com o mesmo sistema de esticar as pernas (e que está de volta também, agora com o nome Megator.

:: Transformação
A transformação é bem simples, e é explicada num pequeno papel que acompanha o brinquedo. Ainda assim é muito intuitiva. Há 4 pontos de articulação (2 em cada braço), as pernas (apenas puxando elas para baixo para efetuar a transformação), a cabine do piloto (que se dobra para trás, revelando a cabeça do toy) e as asas, que se dobram para finalizar a forma robô.

Pêgo no ato!

A transformação do robô. Note as asas e a dobra dos braços
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:: Conclusão
Lixo. Nada mais nada menos que uma tentativa de tirar uma grana se aproveitando de algo que nem se sabe se vai virar onda. Por favor, parece brinquedo pirata! A primeira vez que vi os robôs, não vou mentir: a nostalgia tomou conta. Mas depois, vi o quanto isso é aproveitador ao extremo, e nem se importaram de fazer um produto de qualidade. Fiquei impressionado em notar que a Glasslite ainda possui os moldes dos brinquedos, coisa que não tenho certeza se a Estrela ainda possui os moldes de Transformers.

Poderiam ter criado uma história por trás desses robôs. Algo que fizesse sentido para a existência deles. Isso poderia fazer com que eles virassem objeto de colecionador, criando um novo mercado, novos fãs que comprariam agora e comprariam no futuro. Um trabalho pequeno de marketing resolvia isso. Mas não. Tudo isso é trabalho para tentar angariar dinheiro rápido e fácil. Essa fórmula têm um problema: o que vem fácil, vai fácil. Transformers vai continuar no mercado, com nome cada vez mais conhecido, ainda mais com esse ressurgimento dos anos 80 em várias partes do mundo. Produtos de qualidade estão saindo, afinal, os fãs de outrora agora estão dando as cartas, fabricando e mantendo a linha viva. Já os Soniks e Megators da vida (deus, quem foi que deu os nomes a esses bichos???) vão continuar na berlinda, servindo apenas como objetos de nostalgia, de algo que existiu no passado. Apenas isso.

Isso é triste. Triste para os fãs, que não têm produto que satisfaça suas vontades. Triste para o nosso mercado, que está sendo invadido cada dia mais por produtos importados e, quando alguma luz aparece no fim do túnel, algum produto original que pudesse até servir para exportação, eles aproveitam para tapar a saída com mais porcarias. Gosto muito da Glasslite, mas essa foi uma pisada de bola gigantesca! Também não pretendo ficar com meias palavras, já que também sou um consumidor, e quero obter material de qualidade.

E vocês, fãs? O que acharam dos novos Mutantes? Depois de darem uma olhada em mais fotos do brinquedo aí embaixo, mandem suas opiniões:fanboy@a-arca.com


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