Vocês devem se lembrar o comentário que eu fiz quando coloquei a notícia sobre o trailer de Resident Evil: O Hóspede Maldito: havia odiado aquelas cenas e fui ver o filme preparado para retalhá-lo. Críticas ruins lá fora também ajudaram a piorar o cenário. Pô, aquela cena horrenda da atriz Milla Jovovich dando uma voadora em dos muitos cães-zumbis me deu arrepios na espinha. Depois de assistir à quase 2 horas do filme, não é que saí de lá gostando da película? E como eu ainda me sinto culpado por isso.
O filme é a adaptação homônima (tirando o tal do "O Hóspede Maldito", mais um dos subtítulos toscos que se dá aos títulos de filmes estrangeiros) de um dos jogos de videogame mais famosos do mundo, onde a equipe STARS de policiais é enviada a uma mansão em Racoon City para saber o que houve com seus moradores, investigando uma série de mortes que estão ocorrendo no local. No decorrer do jogo, os agentes acabam enfrentando diversos mortos-vivos, que são resultado de uma pesquisa com um vírus experimental. Um jogo de suspense e alguns momentos de horror, que praticamente popularizou o gênero conhecido como "survival horror".
No filme, temos Alice (Milla Jovovich, de Joana D’ Arc e O Quinto Elemento), que simplesmente acorda deitada no chão de um banheiro, sem saber onde está, como foi parar lá e nem o que faz ali. Mal tenta entender o que está havendo, ela acaba esbarrando com Rain (Michelle Rodriguez, de Velozes e Furiosos) e um grupo de elite que acabara de invadir a mansão para entrar na Colméia, um laboratório ultra-secreto da mega-corporação Umbrella. Matt (Eric Mabius, de O Corvo: Salvation), um policial local, também acaba encontrado o grupo e todos partem para os laboratórios. Aos poucos, vai se descobrindo o que contém nas instalações, o que aconteceu com o computador que comandava o local e toda a trama por trás dos experimentos.
Alguns detalhes devem ser notados: os personagens do filme não são os mesmos do primeira versão eletrônica de Resident Evil, e o filme se passa 95% dentro dos laboratórios, diferente do jogo, em que boa parte ainda se passa dentro da mansão. Mas uma coisa eu digo: todos os outros elementos do jogo (assim como de suas continuações) estão lá: temos diversos "flashbacks", os laboratórios, os sustos (tem alguns até bem cabulosos, viu?) e até mesmo o trem que aparece em Resident Evil 2 dá as caras também. Isso sem falar, é claro, nos zumbis, que são o grande atrativo dos jogos da série. Curiosidade: em nenhum momento do filme é citado as palavras "zumbi" ou "morto-vivo", algo que eu achei muito bem sacado do diretor e roteirista Paul W. S. Anderson, que já dirigiu o primeiro e irá dirigir o terceiro filme da também série de jogos eletrônicos Mortal Kombat. Imagina como ia ficar forçado e clichê alguém ficar falando "zumbi"…
A história, por mais redondilhas que possa ter (algo que surgiu devido à cacetada de personagens), funciona, é bem amarrada e prende a atenção. E o final me pegou totalmente de surpresa! Quem conhece a série dos jogos vai sacar na hora, mas duvido que alguém vá preparado para o que vai acontecer. Eu curti pacas!
Uma das coisas que não gostei mesmo foi a maquiagem dos zumbis. Pelamordedeus, achei aquilo muito nas coxas. No meio de um monte, uma ou outra se salvava. No geral, era um monte de seres humanos pintados de sangue e algumas olheiras. Outra coisa que ficou tosca foi o efeito do zumbi Licker, um bicho que, no jogo, mete medo e, no filme, você nota descaradamente que é computação gráfica. Parece que os animadores tiveram que acabar logo os efeitos e deixaram alguns detalhes de textura e iluminação de fora. E justo ele, que é o grande vilão do filme.
Milla Jovovich acaba com uma interpretação mediana, sem muitas novidades. Michele Rodriguez consegue mais empatia com a sua personagem. Além disso, tenho certas ressalvas sobre o clima do filme. Pessoalmente, faria algo mais sinistro, com cenas mais escuras. Talvez alguns fãs possam reclamar disso, mas não atrapalha em nada. E, é claro, tem a cena horrenda da Milla Jovovich dando a maldita voadora no maldito do cachorro. Essa cena eu não engulo.
Olha… fico feliz em esperar uma porcaria e sair do cinema alegre por ter visto um entretenimento de qualidade. Claro, não é uma obra-prima, mas realmente tive a certeza que o diretor Paul Anderson tem o jeito para a coisa. 🙂 Podem ir assistir sossegado, o filme é bem bacana! E a continuação já está programada para 2003. Paul Anderson e Milla Jovovich estão confirmados! Já tô na fila. 🙂
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