Vi o trailer desse filme e vibrei pacas! Mais um do diretor Steven Soderbergh, dos magistrais Erin Brockvich e Traffic. Quando soube da pré-estréia, voei para o cinema para curtir o filme. E posso garantir uma coisa: ô filminho sem graça.
Não, não me entenda mal. O filme não é ruim. Só é sem sal. Na maioria das críticas que andei vendo por aí, isso sem falar no próprio release (para quem não sabe, é um pequeno folheto que as distribuidoras entregam com diversos detalhes técnicos e curiosidades) do filme, sempre há alguma citação sobre como o filme foi feito por Soderbergh: muita curtição, elenco cheio de amigos que receberam cachês simbólicos (afinal, alguém acha que seria viável um filme com estrelas do porte – e cachê – de Brad Pitt, George Clooney, o próprio Soderbergh e Julia Roberts? Isso sem falar de Andy Garcia, Don Cheadle e Elliot Gould), a liberdade na refilmagem desse clássico dos anos 60 estrelado por ninguém menos que Frank Sinatra, Sammy Davis Jr. e Dean Martin (a eterna galera do Rat Pack, conhecidos por aqui como o “Clã de Sinatra“), mas nada disso muda o fato que o filme é pouco criativo e não empolga. Além de outros probleminhas que irei explicando aos poucos.
Eis a história: Daniel “Danny” Ocean (George Clooney, o doutor Ross da série de TV Plantão Médico e que também detonou com o mito do Batman no filme Batman e Robin) é um criminoso que acaba de sair da prisão em condicional. Mal ele pisa fora do presídio, ele já entra em contato com Rusty Ryan (Brad Pitt, o eterno Tyler Durden de Clube da Luta e Snatch: Porcos e Diamantes), velho parceiro de falcatruas de Ocean, e que hoje ensina pôker para estrelas da TV. Danny já está preparando um golpe gigantesco, onde ele pretende assaltar não apenas um, mas três cassinos ao mesmo tempo. Para fazer essa proesa, Danny e Rusty entram em contato com Reuben Tishkoff (Elliot Gould, o pai da Mônica e do Ross na série de TV Friends e Uma História Americana para financiar o plano sinistro. Aí vocês sem perguntam: beleza, mas quem raios é Reuben? E onde entram os outros 8 homens? Bom, falar isso seria matar um pouco a história do filme.
Um dos graves problemas do filme é que a grande maioria dos personagens, que são vitais para a trama, são pessimamente desenvolvidos. Isto é, eles estão ali na tela a todo momento, mas não se cria empatia por nenhum deles. Eu, pelo menos, foi uma briga absurda até realmente gostar do personagem de George Clooney. Ah, falando nele, depois de ver esse filme, vejo que ele também pertence à categoria dos atores que não interpretam personagens, e sim eles mesmos. Querem saber que outros atores estão nesse time? Jack Nicholson e Robert De Niro, entre outros que não me
vêm na cabeça agora. Não me entendam mal, todos são ótimos atores, mas eles precisam de papéis absurdamente diferentes e diretores que realmente façam o ator dar o melhor de si. Os últimos filmes desses atores têm sido assim. E, nesse filme, George Clooney carimbou sua carteirinha nesse time.
Outra coisa que eu acho que atrapalha nesse filme é o excesso de celebridades! Cara, é George Clooney, Brad Pitt, Julia Roberts (que praticamente não aparece no filme), Andy Garcia, Matt Damon… tá certo, tem também o Don Cheadle e o Elliot Gould, mas esses são menos conhecidos da maioria. Com isso, parece que o foco da história se perde. Atores assim desviam muito a atenção do público para si, nesse caso desviando do personagem principal de Clooney. Pombas, o Matt Damon aparece mais no cartaz do filme do que no próprio filme!
A história é básica, sem muitas novidades, piadinhas e lances sem muito brilho. Realmente há a tentativa, como o filme original, de criar um clima “cool”, onde os ladrões são bonitões,
elegantes, sempre admirados pelas mulheres… e, na boa, esse filme não consegue isso porque não há motivo para isso. No clássico dos anos 60, toda a graça é o desafio de se assaltar os cassinos apenas para mostrar que podem (mas é claro que manter a grana também não é nada mal). Já nesse filme o objetivo é básico e único: dinheiro. Eles não querem provar nada a ninguém, apenas retirar uma senhora bolada. Com isso, todo o clima vai por água abaixo. Mas digo que a sequência do assalto ao cassino é realmente muito bem bolada.
É isso. Filme bobinho, uma sensação de que já viu uma trama assim antes me ocorreu. Mas dou um dez para a edição do filme, sem dúvida. Agora o que eu vou fazer é esperar o lançamento em DVD do filme original, que a Warner está para lançar em breve. Soderbergh, ao meu ver, mostrou nesse filme que manja como ninguém da parte técnica, mas pisou na bola no roteiro.
Mas o chinesinho é engraçado pacas! – fanboy@a-arca.com
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