Ei, antes de mais nada, deixe eu explicar melhor meu comentário acima: não pensem que essa é uma daquelas comédias rasgadas ao estilo “South Park: Maior, Melhor e Sem Cortes” ou “Apertem os Cintos: O Piloto Sumiu”. É um humor mais sarcástico, irônico… e vai bem nas partes fracas da indústria do cinema norte-americano. Nem por isso é ruim, o filme é bacaníssimo!
Eis a trama: O diretor Walt Price (William H. Macy, de “Magnólia”, “Heróis Muito Loucos” e vai estrear “Jurassic Park 3” que vai sair nos cinemas agora no meio do ano), depois de um problema com as filmagens em uma cidade dos Estados Unidos (um problemão, mas não vou contar, claro… depois vocês virem o filme, me digam o que acharam) acaba parando com sua equipe de filmagem na cidadezinha de Vermont, Illinois. Com ele, chega toda a equipe: o tímido roteirista Joseph Turner White (Phillip Seymour Hoffman, de “Quase Famosos” e “Patch Adams”), o astro do filme e tarado por ninfetas (NINFETAS RULES!) Bob Barranger (Alec Baldwin, de “Getaway, A Rota da Fuga” e “Pearl Harbor”), a estrela afetada Claire Wellesley (Sarah Jessica Parker, de “Marte Ataca!” e da série de TV da HBO “Sexo na Cidade”), e o produtor Marty Rossen (David Paymer, de “Poderoso Joe” e “O Troco”), na tentativa de terminar um filme com o orçamento já estourado, atores mimados e a população local pirada com toda a agitação hollywoodiana.
Olha, muito bacana o filme. David Mamet (escreveu “Os Intocáveis” e “Hannibal” – é, o nosso amigo Aníbal), que escreveu e dirigiu o filme, faz uma crítica muito bem humorada à indústria do cinema norte- americana, sem cair na babaquice intelectualóide, quer dizer, atira gracinhas prá todo lado e você acaba ficando bobo de como os personagens se viram na trama. Todo mundo tem um interesse, dos mais bobos às mais altas cifras. Tudo de errado acontece para o filme não sair. Mas o mais legal é ver como cada setor do filme têm que lidar com os mais diversos problemas (como, por exemplo, o coitado do roteirista que tem que ficar alterando seu roteiro a cada loucura da atriz principal, ou os tipos de decisões que o diretor tem que tomar para que o seu filme saia). Há diversas situações engraçadíssimas.
É uma comédia muito gostosa, você pode ir ver sossegado, sem encanações, e vai se divertir bastante. O saco que, prá variar, esse foi mais um daqueles filmes que apareceram sem ninguém saber, ficaram apenas duas semanas em cartaz e sumiram sem deixar rastros. Sorte minha que consegui ir ver. Mas fiquem ligado quando esse filme sair nas locadoras. Vale muito a pena.
Mas, afinal, como eu faço um filme chamado “O Velho Moinho” se eu não tenho o velho moinho? – fanboy@a-arca.com
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