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Artigo adicionado em 15/10/2002, às 12:40

AQUELES ROBOZINHOS QUE NÓS AMAMOS…
Pinto entrevista o próprio Fanboy sobre o assunto que ele realmente domina: Transformers! Fanboy, vulgo Paulo Martini: olhando assim, quem não o conhece até acredita Ele era um dos responsáveis pelo histórico website de humor Putaquepariu.com, que em plena "era de ouro" da rede mundial em terra brasilis conseguia emplacar uma média de 10 mil […]

Por
Os Master

A sorte é que desta vez o fotógrafo não estava só de cuecas...

Fanboy, vulgo Paulo Martini: olhando assim, quem não o conhece até acredita

Ele era um dos responsáveis pelo histórico website de humor Putaquepariu.com, que em plena "era de ouro" da rede mundial em terra brasilis conseguia emplacar uma média de 10 mil usuários ao dia (número que muitos sites dos dias de hoje suam para conseguir). Entre um emprego e outro pra ajudar nas contas de casa, ele ainda arrumou tempo para, depois do fim das atividades da PQP (em novembro de 99, devido à absoluta falta de patrocínio), se dedicar à criação deste site que você está acessando neste exato momento.

No entanto, o santista Paulo Roberto Oliva Martini, 22 anos, também conhecido pela alcunha de Fanboy, nunca deixou sua grande paixão de lado, em todos os momentos: o desenho animado Transformers, que não precisa de maiores introduções para quem foi criança durante o final dos anos 80, e suas duas ramificações mais modernas -Beast Wars e Beast Machines (ambas em exibição na televisão do país). É sobre essas paixões que, eventualmente, o levaram a financiar do próprio bolso uma viagem aos Estados Unidos para comparecer a uma convenção especializada nos robôs alienígenas, que ele conversou com este entrevistador de nome suspeito (afinal de contas, falar no microfone do Pinto é jogo duro).

Pinto: Só para começar o que são e da onde surgiram os Transformers?
Fanboy: O perfeito para fazer o pessoal se lembrar do que eram os Transformers é você perguntar "ei, se lembra daquele desenho dos robôs que viravam carrinhos?" (risos) Na verdade, prá resumir bem a história, tudo começou baseado num boneco dos Comandos em Ação que era meio metálico e foi exportado para o Japão. Por lá já existiam algumas séries sobre robôs que viravam veículos. Nisso uma empresa do Japão, a Takara, negociou os direitos com a americana Hasbro e surgiu uma co-produção onde foram criados esses robôs que tinham vida própria e viravam carros. Na verdade o desenho animado era só para alavancar a venda dos bonequinhos. Foi tudo puramente um negócio, tinha um negócio que estava dando dinheiro na época e eles pensaram "vamos fazer desse jeito para ver se dá certo?" Pois é, deu certo… Daí surgiram os quatro anos de G1 (o desenho original), o filme, mais as quatro séries de animação japonesas, mais os quadrinhos e, depois de algum tempo sem nada, o universo Transformers foi retomado com o Beast Wars, que foi o segundo desenho de TV feito totalmente em computação gráfica, e Beast Machines.

Então...é isso?

Fanboy e o boneco do Jazz que ganhou na Botcon, jogado no meio do púlbico por um dos vendedores ensandecidos

Pinto: Por que Transformers? O que você viu de diferente neles?
Fanboy: Vou partir pro aspecto mais filosófico da coisa… Eu sempre gostei muito dessa coisa de futuro e aquilo na época era algo muito na frente. No ocidente não tinha desenho japonês nem nada e esses robôs que se transformavam eram uma coisa muito futurista, eu achava. Mas principalmente porque eles têm essa possibilidade de mudarem totalmente de forma, fazerem uma mudança completa em sua forma. Quer dizer eles são humanóides que viram carros e conseguem voltar ao que eles eram sem problema nenhum. Eles conseguem ir para uma coisa completamente diferente e voltar sem ter problema que é algo que o ser humano não consegue absolutamente fazer, isso me chamou muito a atenção na época… E até hoje.

Pinto: É medo do tempo?
Fanboy: Envelhecer, essas coisas… Com certeza! Eu queria ter parado nos meus 15 anos, não queria ficar adulto, pombas! É muita responsabilidade, eu quero ficar brincando, fazer as coisas que eu gosto sem ter problemas de responsabilidade.

Pinto: É uma espécie de fuga então. Pode-se dizer que essa é uma constante nos fãs de ficção?
Fanboy: Com certeza! Principalmente, quando se fala nos exemplos mais famosos como "Jornada nas Estrelas" e "Guerra nas Estrelas". É tudo fuga da realidade. Mas isso também não significa que os fãs (e eu também, claro) dessas séries sejam irresponsáveis, a maioria continua a fazer o que precisam fazer na, digamos, "vida real", mas eles precisam dessa fuga para continuar remando… Não é que essa fuga os transforme em pessoas irresponsáveis nem nada disso.

Pinto: E como foi que você começou a se descobrir fã?
Fanboy: Eu sempre fui fã de Transformers, desde o começo. Mas é aquele negócio: enquanto você vê, você gosta, mas no momento que aquilo foi sumindo da mídia e parando de passar não havia como conseguir mais informações e as pessoas começaram a por de lado, a esconder. Foi o que eu fiz… eu era criança, nem pensava nessa loucura de fã, o que eu queria mesmo era novidade. O que realmente me fez voltar a ter essa mania foi quando eu descobri na internet a quantidade de coisas que eu nem imaginava que existissem. Na época eu não sabia da existência dos desenhos japoneses e tirando aqueles poucos robôs que a Estrela trouxe para o Brasil, não sabia o quanto a coleção era maior… foi tudo isso que trouxe a paixão de volta.

Pinto: E o que levou a você se decidir a ir até os Estados Unidos especialmente para ver uma convenção (a Botcon)?
Fanboy: Uma das coisas principais foi que eu descobri essa coisa das convenções… Na época que eu comecei a mexer com a Internet e, como a maioria das pessoas, não sabia o que fazer com ela… Então eu ficava só navegando sem ter muito rumo. Naquela época eu já tinha o filme dos Transformers gravado e me lembrei de tentar procurar o que mais eu podia encontrar de informação a respeito e descobri coisas que eu nem imaginava que existissem, assim como coisas sobre as convenções. Eu sempre gostei desse lance das convenções porque lá se reúnem todos os tipos de fã e dá para conversar, trocar idéias. Na época eu tinha um dinheiro guardado e acabei aproveitando as férias do meio do ano que seria um período que eu estaria parado, aproveitei para ir.

Pinto: Já existe alguma nos mesmos moldes aqui no Brasil?
Fanboy: Não, nada parecido. A Botcon, que é o nome da que eu fui, é considerada a melhor dos Transformers e acontece desde 94. Há outras na Europa e no Japão. Houve uma aqui em São Paulo há uns dois ou três meses, só que eu não participei porque andava sem tempo para nada. Então eu não posso te dizer quais foram os moldes dela porque eu realmente não fiquei sabendo.

Pinto: Quanto é que você acha ter gastado nesta viagem?
Fanboy: Contando viagem, alimentação e hotel… Saiu por volta de 2000 dólares. Eu fui em 97, naquela época em que a cotação do dólar estava baixa, mais ou menos na faixa de um real e vinte por dólar. Só na passagem foram uns mil e pouco, ida e volta.

Pinto: Mais as coisas que você comprou lá?
Fanboy: É, mas eu não comprei tanta coisa assim… No máximo uns 300 dólares. Foram 2 fitas de vídeo, 4 robôs, o pôster original do filme de 86 e alguns itens de colecionador como borrachinhas no formato do Optimus e do Megatron. E trouxe também as coisas que eles distribuíram por lá tipo livrinho, camiseta, crachá…

Mas eu não ia colocar uma maldita foto sua com aquele boneco azul e laranja feio prá cacete!

Todo feliz, ele exibe o Optimus Primal e o Megatron Transmetal, da série Beast Wars

Pinto: E valeu a pena?
Fanboy: Muito (risos)… Foi absurdo! Eu vi coisas que nem na internet eu já tinha visto… Lá estavam os dubladores de Beast Wars, que naquela época estava no segundo ano, era o auge da série! Por isso mesmo aconteceu uma porrada de lançamentos de bonecos do terceiro ano. Tinham também muitas novidades vindas do mercado japonês porque na época eles estavam trazendo os Transformers de volta por lá. Era muita coisa mesmo, tinha um pessoal que trouxe os robôs para vender, milhões de robôs que eu nunca tinha visto… Fitas de vídeo… Qualquer tipo de produto lançado eles tinham por lá.

Pinto: E qual o acesso que vocês tiveram aos dubladores? Em muitos casos, quando uma dessas personalidades é trazida a uma convenção eles se aproximam do público para dar autógrafos e olhe lá.
Fanboy: Nem todos estavam lá. Mas dos que compareceram, eles estavam junto com o pessoal e foram super-educados, super-amigos, havia, lógico, uma organização que levava eles para as palestras, mas depois que elas terminavam eles ficavam livres e podiam bater papo com a gente sem nenhum problema. O que acontece é que nos Estados Unidos a maioria dos convidados para essas convenções não vêm de graça. É muito comum isso, principalmente nas convenções de Jornada e Guerra nas Estrelas. Mas eles foram simplesmente sensacionais, conversavam com todo mundo, tiravam fotos com o pessoal. Eu até gravei em vídeo, levei a filmadora lá e fiz a festa.

Pinto: Quando é que você vai na próxima?
Fanboy: Quando der (risos)… quando sobrar uma grana e sobrar um tempo… Essa convenção que eu falei sempre rola no meio do ano.

Alguém mais quer saber alguma coisa sobre estes "robôs que viram carrinhos"? Falar sobre este assunto é um verdadeiro hobbie para o Fanboy, escrevam para fanboy@a-arca.com.
Ou mandem um mail para o Pinto, o responsável pela entrevista: os_master@a-arca.com. Ele é meio cabeça dura, mas encara o que for de cabeça erguida!


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